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O Tabagismo e seus males


O tabagismo é um sério problema de saúde pública, sendo a principal causa de adoecimento e de morte evitável. Estima-se que, no mundo, 1,3 bilhões de pessoas consumam algum tipo de produto de tabaco. A prevalência total de tabagismo na população mundial acima de 15 anos é de 29%, esta vem crescendo de forma rápida em países de baixa e média renda. Segundo o Banco Mundial, cerca de 100 mil jovens começam a fumar todos os anos, e 80% destes vivem nos países em desenvolvimento. No Brasil, vem se observando uma tendência de declínio na prevalência de fumantes adultos, de acordo com pesquisa do Ministério da Saúde, entre 2006 a 2010, a proporção de fumantes com mais de 18 anos de idade caiu de 16,2 % para 15, 1%. 

O tabagismo é o principal fator de riscos de doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares, câncer e as respiratórias crônicas. A Organização Mundial de Saúde estima que ele seja responsável por 71% de todas as mortes por câncer de pulmão, 42% das doenças respiratórias crônicas e 10% das doenças cardiovasculares e que cerca de 6 milhões de pessoas morram a cada ano devido ao consumo direto de derivados do tabaco. 

Todos os derivados do cigarro são nocivos á saúde, tanto em sua forma industrializada como na artesanal. A nicotina, contida no mesmo, é uma poderosa substância psicoativa que causa e mantém a dependência química. A fumaça do cigarro inalada pelo fumante é uma mistura de gases e partículas, totalizando mais de 4700 substâncias tóxicas, responsáveis por mais de 50 doenças relacionadas ao seu consumo, seja ativo ou passivo. 
 
 

O tabaco é o principal responsável por bronquite crônica e enfisema pulmonar. Também é fator de risco para o desenvolvimento e agravamento de asma. A pnemoconiose, tuberculose pulmonar e outras infecções respiratórias podem também ser agravadas pelo fumo. Ele está associado ao aumento do risco de morte súbita, infarto agudo do miocárdio, angina peitoris, doença vascular periférica, acidente vascular cerebral e tromboembolismo venoso. A prevalência do tabagismo tem aumentado no sexo feminino nas últimas décadas. Mulheres que fumam são mais propensas à tensão pré-menstrual, maior chance de menopausa precoce, osteoporose e maior risco de fraturas de quadril e, ainda, maior risco para desenvolverem câncer quer seja no pulmão ou extrapulmonares. As substâncias químicas presentes na fumaça de cigarro interferem no funcionamento das tubas uterinas, aumentam o risco de gestações problemáticas, como gravidez ectópica, abortos espontâneos e nascimento de bebês com baixo peso. Em relação à função sexual masculina, o tabagismo pode causar danos ao DNA do esperma reduzindo a fertilidade e, ainda, ocasionar impotência. 

Na infância, o tabagismo passivo constitui um grave problema, pois afeta o desenvolvimento neuropsicomotor, comprometendo seu progresso intelectivo e as funções cognitivas. Além de produzir efeito sobre seus imaturos sistemas imunológicos e respiratórios, sendo causa de tosse crônica, sibilância, otite média aguda e crônica, bronquiolite, bronquite e pneumonia. 

Como mensagem final, destacamos que não há nível seguro para consumo do tabaco sob qualquer forma ou disfarce. Os riscos para o desenvolvimento de doenças relacionadas com o tabaco estão bem estabelecidos e documentados em inúmeros estudos científicos e metanálise. Restando para nós, profissionais de saúde, a função de educar a população sobre os malefícios do tabaco, desenvolver ações de implantação e promoção de ambientes livres dessa substância, além de sensibilizar as autoridades quanto à criação de leis mais rígidas em relação ao tabagismo. 
 
 

Dra. Suely Carmem Araújo Cartaxo Alves
Pneumologista
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